Definitivamente parecemos ser a herança de uma geração apática a qualquer que seja o problema social. E as explicações são inúmeras: somos filhos de pais que viveram sobre a repressão da Ditadura Militar; somos resultado da mudança social que diminuiu em todo o mundo a força dos movimentos sociais, estudantis, religiosos, etc. Enfim: o que está posto é que não precisamos lutar pelos nossos direitos junto ao Estado. Eles já foram conquistados pelas gerações anteriores.
No entanto, devido à falta de mobilização e participação nos diálogos junto ao Governo, muitas vezes nos esquecemos da importância de eleger representantes e também de intervir em espaços públicos, compartilhando informações e decisões em prol do coletivo. Exemplo disso é que, no âmbito do executivo e do legislativo a presença da juventude é muito modesta. Segundo a Câmara, apenas 7,6% dos deputados eleitos em 2010 possuíam menos de 35 anos, sendo que apenas quatro têm de 21 e 24 anos e 35 que têm de 25 a 34 anos. Essa situação interfere na criação de pautas e aprovação de orçamentos em prol das políticas e projetos para a juventude.
Por isso é fundamental que os diferentes setores sociais, sejam escolas, igrejas, movimentos, Governo, etc, busquem estimular e garantir meios para o protagonismo dos jovens na cena pública e política. A partir disso, nós jovens teremos a oportunidade de reconhecer a importância de uma efetiva participação no âmbito social, cultural e econômico de nosso país. Com a criação de espaços e projetos que ampliem as oportunidades de diálogo com o Governo, sem dúvida teremos a oportunidade de sermos ferramentas na construção de uma sociedade cada vez mais justa.